quarta-feira, outubro 12, 2005

Voto Electrónico

Sou um adepto quase incondicional das novas tecnologias e da sua aplicação nos mais variados campos. Contudo sou contra o voto electrónico pela seguinte razão: a desmaterialização do voto facilita obviamente a possibilidade de fraude em larga escala. Eu sei que cada vez mais se caminha para a desmaterialização de muitos elementos importantes do nosso quotidiano mas normalmente diferem numa questão essencial: apesar de desmaterializados, existe sempre alguém, normalmente com interesse directo na questão, que tem a possibilidade de detectar a existência de um erro ou fraude. Por exemplo, o registo dos bens, nomeadamente os financeiros (contas bancárias, acções, etc.), pode estar desmaterializado mas, se alguém os alterar indevidamente o lesado tem a possibilidade de detectar essa alteração. No caso do voto não existe qualquer possibilidade de verificar à posteriori se ele está devidamente registado dado o carácter secreto do mesmo. E, assim sendo, não existe forma de o controlar, razão pela qual o método de recolha deve manter-se o mais artesanal possível.

quarta-feira, julho 27, 2005

A candidatura de Mário Soares
À parte de tudo o resto, não está subentendido na regra do limite dos mandatos presidenciais a ideia de não se repetir o presidente?
Ou será só para este puder descansar?
Será de evitar manter um mesmo presidente passados 10 anos mas já não se passarem 15 anos (ou 20, ou 25)?
Provavelmente, quem redigiu a constituição nunca pensou que, passados 10 anos, alguém se lembraria de se candidatar de novo.
Acho que qualquer Presidente cessante deveria tentar manter o capital político entretanto conquistado, utilizar a chamada magistratura de influência, e não colocar em risco a imagem de uma certa imparcialidade que entretanto adquir. Voltar a candidatar-se é voltar a dividir os Portugueses quanto à imagem que têm de si.

quarta-feira, julho 20, 2005

PS 1 - País 0
Confesso que estava a achar bom de mais. À parte da questão da OTA, não posso dizer que tenha andando em grande desacordo com a política deste governo. Claro que, se eu andava a concordar assim tanto, algo de estranho se passava. Afinal, está tudo explicado. O ministro Campos e Cunha era um infiltrado. Um representante dos técnicos no mundo dos políticos. Resultado: foi cilindrado!

segunda-feira, julho 11, 2005

A despenalização do aborto e as propostas de suspensão dos processos em tribunal

Os Portugueses ainda não perceberam o que é viver num estado de direito. As leis são para cumprir até que sejam alteradas. E, mesmo que não se concorde com elas e, democraticamente, se façam todos os esforços possíveis para as alterar, até esse momento temos a obrigação de as cumprir e, em caso de incumprimento, aceitar a respectiva penalização. Vem esta consideração a propósito da continua discussão sobre a despenalização do aborto e das recentes propostas de suspensão dos processos em tribunal. Sinceramente, acho que não faz nenhum sentido e qualquer cidadão, para o bem e para o mal, tem que respeitar e acatar a lei vigente. E parece-me que muitos dos que agora se arvoram em defensores das mulheres se esqueceram de ir votar no dia do referendo sobre a questão. Esses sim, são os culpados pelo facto de muitas mulheres se encontrarem a ser julgadas. Eu, que sou favorável à despenalização do aborto, não faltei ao dito referendo. Tal como votei em consciência e voltarei a votar favoravelmente no próximo referendo, aceito humildemente as regras democráticas e o estado de direito. O contrário é o princípio da anarquia.
Autárquicas

Eis uma boa ocasião, agora que não vão ocorrer a meio da legislatura, para se tentar retirar a habitual tendência para extrapolação nacional dos resultados e reforçar o carácter político individual das várias candidaturas. Há que dar maior importância a cada eleição e esquecer grandes agregações.

Ganhar as eleições autárquicas é apresentar e eleger equipas competentes para gerir Câmaras e Juntas de Freguesia e não contabilizar mais x ou y que os adversários. Os líderes nacionais têm a responsabilidade de apresentar bons candidatos, antes de pensarem em apresentar candidatos "ganhadores". E depois, deviam sair de cena. Não são eles que vão gerir a autarquias!

segunda-feira, julho 04, 2005

pelo prazer de expor ideias