segunda-feira, julho 11, 2005

A despenalização do aborto e as propostas de suspensão dos processos em tribunal

Os Portugueses ainda não perceberam o que é viver num estado de direito. As leis são para cumprir até que sejam alteradas. E, mesmo que não se concorde com elas e, democraticamente, se façam todos os esforços possíveis para as alterar, até esse momento temos a obrigação de as cumprir e, em caso de incumprimento, aceitar a respectiva penalização. Vem esta consideração a propósito da continua discussão sobre a despenalização do aborto e das recentes propostas de suspensão dos processos em tribunal. Sinceramente, acho que não faz nenhum sentido e qualquer cidadão, para o bem e para o mal, tem que respeitar e acatar a lei vigente. E parece-me que muitos dos que agora se arvoram em defensores das mulheres se esqueceram de ir votar no dia do referendo sobre a questão. Esses sim, são os culpados pelo facto de muitas mulheres se encontrarem a ser julgadas. Eu, que sou favorável à despenalização do aborto, não faltei ao dito referendo. Tal como votei em consciência e voltarei a votar favoravelmente no próximo referendo, aceito humildemente as regras democráticas e o estado de direito. O contrário é o princípio da anarquia.

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